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Quinta-feira, 01 de Maio de 2014
03H00M


Eu ouço-te. 
A tua voz é inconfundível no meio de tantas outras. Neste labirinto, é por ti que procuro, preciso da tua presença, loucamente. 
Sei que me chamas, mas que mal é este dos meus ouvidos? 
Eu estarei tão louca que poderá a minha mente enganar o que ouço? 
Ou estás mesmo a invocar o meu nome aos sete ventos? Não percebo, quanto mais estou atarantada, mais alta se torna a tua voz, como se de algum jeito, eu estivesse mais perto de ti. Pode ser absolutamente absurdo, uma paranóia autêntica da minha cabeça, mas se o é, pouco me interessa, estás tu em causa e isso é o suficiente.
Perco-me nesses teus olhos cor incerta e só volto a encontrar-me quando não estás por perto. Sou frágil ao teu lado; Sinto que vou ceder a qualquer instante. 
E enquanto o vento gelado me abraça, eu rezo para que ele te traga. Mas já não sei se te quero. Não me entendo. Quero que sejas livre e feliz; E ao mesmo tempo, feliz e livre comigo. Há circunstâncias que nos levam a grandes mudanças, por vezes mudanças essas negativas ou positivas. Tens-me levado ao limite. Negativismo e positivismo. És um porto seguro em mim, alguém que cuida de mim inocentemente e sem qualquer tipo de responsabilidade perante mim. Rezo para que chegue o dia, o dia em que os nossos olhos se cruzem por minutos infinitos e surja finalmente a união entre nós. Espero bem, e que bem esperarei. 
Boa noite, bêbucho.